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  • Somente a Palavra de Deus, em sua autoridade e suficiência, pode guiar todo homem no caminho da verdade.

A oração e a Palavra são inseparáveis


“Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito” (João 15:7)

Essas palavras de Jesus foram ditas quando ele preparava os discípulos para viverem em comunhão com ele após sua partida. Nesse contexto, deixou claro que oração e a Palavra são inseparáveis como guia da união com ele.

A Palavra, quando lida diariamente e refletida em meio às rotinas, nos alerta quanto às condutas em bastidores, estimula o arrependimento de pecados, reorienta o discernimento diante de circunstâncias diversas e redefine expectativas para a tomada de decisões sábias.

Por isso, a oração não pode ser sustentada por necessidades passageiras, desejos egoístas ou emoções superficiais, mas pela sólida certeza daquilo que orienta a Palavra de Deus. Quando ela permanece em nós, nossas orações deixam de ser tentativas de convencer Deus a cumprir nossa vontade e passam a ser experiências de humilhação e adoração. Tornam-se testemunho da nossa completa dependência e respostas cheias de confiança, mesmo quando não conseguimos enxergar o fim.

Quanto mais lemos a Palavra de Deus, mais nossa vida de oração ganha profundidade teológica e sinceridade de sentimentos. É nesse ponto que orar deixa de ser um rito formal e esporádico, e se torna um relacionamento pessoal e prazeroso com Deus, por meio de seu Filho que intercede por nós.

Rev. Ericson Martins

O chamado do Bom Pastor

 

“As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (Jo 10:27)

Uma das metáforas mais comuns na Bíblia sobre o relacionamento de Deus com seu povo é a do pastor e das ovelhas (Gn 49:24; Is 40:9-11). Ao contrário do mercenário, que era contratado para cuidar de um rebanho que não lhe pertencia e não hesitava em abandoná-lo diante de uma ameaça (Jo 10:12), o verdadeiro pastor se dedicava pessoalmente, dia e noite, doando sua própria vida para salvar o seu rebanho (Jo 10:11, 17-18). Ele o guiava às campinas verdejantes para alimentá-lo, aos ribeiros de águas para saciar sua sede, o protegia do sol e, à noite, se arriscava para manter afastados todos os seus astutos predadores (Sl 23:1-4; Sl 121:4-8; Ez 34:13-15). Se uma só ovelha se extraviasse, ele a procurava até encontrá-la, nenhuma era deixada para trás (Jr 23:3; Ez 34:12, 16; Jo 10:16, 28; Lc 15:4-6). Enquanto o verdadeiro pastor estivesse por perto, suas ovelhas seriam bem conduzidas, supridas e seguras (Jo 10:28-29).

Os autores bíblicos utilizaram essas observações para descrever o caráter do amor de Deus e da redenção de Jesus (Jo 3:16 e 6:37) em relação àqueles que lhe pertencem. Deus vigia os seus com particular atenção, supre suas necessidades, os livra do mal e os conduz precisamente a Jesus, o bom pastor (Jo 10:11), para que sejam eterna e seguramente salvos (Jo 10:28). Porém, os benefícios deste relacionamento só estão disponíveis àqueles que ouvem a voz do bom pastor e o seguem.

É claro que a “ovelha” não é salva por tomar alguma iniciativa própria, porque a salvação é somente pela graça divina. Na perspectiva humana, o homem se torna “ovelha” de Deus quando crê, mas na perspectiva dele, o homem que crê, crê porque é “ovelha”. A ênfase do texto é: “eu as conheço”, e é somente por este motivo que suas “ovelhas” ouvem o chamado e seguem os passos do seu pastor.

Este íntimo conhecimento revela a união pré-estabelecida de Cristo com estas “ovelhas” (Jo 10:14-15), antes mesmo de ouvirem sua voz chamando (Jo 10:27) pelo ensino da Palavra de Deus (Jo 17:20; Rm 10:17) e de responderem com fé e arrependimento. Ele conhece cada uma e nenhuma escapa da sua missão na cruz, por isso, nenhuma se perde (Jo 10:28), ao contrário dos que não o ouvem, não creem e não seguem o caminho da obediência porque não são “ovelhas” do bom pastor (Ez 34:22; Jo 10:20, 26). Estes, ele não os conhece (Mt 7:23) no sentido da união espiritual.

A salvação é o princípio de uma nova vida. Aqueles que ouvem Deus chamar são conduzidos por um novo caminho (Hb 10:19-25), no qual devem seguir os passos de Jesus, aprendendo com ele e agindo sob sua influência (Mt 11:28-30). Não importa o tempo de conversão, se é maduro ou não na fé, ser discípulo ou seguidor de Cristo é uma experiência para toda a vida. Aqueles que creem devem consagrar-se ao Supremo Pastor (1Pe 5:4).

O discipulado exige que a Igreja evangelize e assuma a responsabilidade por seus membros, alcançando os perdidos e educando os alcançados. Não é destinado apenas aos “novos na fé”, é para todos os que creem e desejam seguir a Jesus porque, um dia, o ouviram chamar. É uma experiência de aprendizado e santificação. Aqueles que se sentem maduros demais para se submeter ao discipulado, orientados por outra pessoa, estão mal convencidos do ensino bíblico e deveriam considerar que, ao menos, sendo “maduros”, deveriam servir como bons discipuladores na Igreja.

Rev. Ericson Martins

Alertas contra o liberalismo teológico

 

O liberalismo teológico surgiu no final do século XVIII e se consolidou no século XIX, especialmente na Europa, como fruto do Iluminismo e do racionalismo. Esse movimento buscou reinterpretar as Escrituras à luz da razão humana e da ciência moderna, minimizando o sobrenatural e tratando a fé cristã como uma experiência moral, e não como revelação divina objetiva. Assim, estimulou a desconfiança nas Escrituras, questionando a sua inspiração, inerrância e infalibilidade, ou seja, a sua autoridade final, abrindo precedentes que corromperam, e ainda corrompem, os fundamentos apostólicos da verdadeira igreja cristã (1Co 3:10-15; Ef 2:19-22).

Nos causa surpresa a recente trajetória de certos pregadores que, antes firmes na doutrina bíblica e comprometidos com a pregação expositiva, acabaram se distanciando em direção ao liberalismo teológico. A história mostra, repetidas vezes, que tal mudança de pensamento e conduta raramente ocorre de forma brusca, mas de maneira gradual, geralmente iniciando com alterações sutis de linguagem, de prioridades e de interpretações bíblicas.

Alguns desses sinais são claros e recorrentes:

O primeiro é a relativização das Escrituras, transferindo a sua autoridade para a experiência subjetiva ou para o consenso cultural. Isso se evidencia nas pregações, quando se tenta acomodar a mensagem literal, imparcial e confrontadora das Escrituras ao desejo, corrompido pelo pecado, de uma audiência que recompensa o pregador com bajulações, estabilidade no cargo e recursos financeiros, desde que receba mensagens motivacionais ou terapêuticas que evitem passagens ou temas considerados “ofensivos”. Não sem razão o apóstolo Pedro advertiu: “... por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias” (2Pe 2:2-3).

O segundo é a redefinição de doutrinas centrais. Não se trata, em geral, de negação explícita da divindade de Cristo, de sua expiação ou da ressurreição corporal, mas da minimização do pecado original, da confissão e do arrependimento, da justificação exclusiva pela fé e da necessidade da regeneração. Nesse mesmo sentido, altera-se a compreensão da missão da Igreja, priorizando a prosperidade material e a justiça social e política como núcleo da fé, em detrimento da pregação do Evangelho. Em alguns casos, chega-se a afirmar: “Pregue o Evangelho, se necessário, use palavras”, numa distorção que despreza a proclamação oral da verdade e exalta um moralismo inofensivo.

O terceiro sinal, também em afronta às Escrituras, é o desprezo ou a omissão de parâmetros confessionais como referência doutrinária, a exemplo da Confissão de Westminster e seus Catecismos. Nesse contexto, abrem-se portas para um cenário doutrinário confuso, contraditório e receptivo a movimentos historicamente heréticos dentro das igrejas. Pouco tempo depois, agendas culturais progressistas começam a ser reinterpretadas, aceitas e defendidas em nome de um suposto amor cristão. Assim, padrões de disciplina bíblica contra o pecado são omitidos ou relativizados, seja por conveniência, seja por envolvimento pessoal.

Por fim, e não menos grave, há a mudança nos padrões bíblicos da comunhão cristã. As Escrituras ensinam o cristão a amar seus inimigos, não retribuindo o mal com o mal, e a orar por aqueles que o perseguem (Mt 5:43-48; Rm 12:17-21; 1Pe 3:8-12), e a se compadecer dos que estão na dúvida (Jd 17-23). Contudo, também instruem a resistir às tentações dos que ensinam outro Evangelho (1Tm 6:3-16), a evitar pessoas doutrinariamente facciosas, depois de adverti-las duas vezes (Tt 3:10-11) e a não receber hereges, sob risco de se tornar “cúmplice das suas obras más” (2Jo 1:10-11). O propósito dessas exortações é proteger a comunidade cristã contra ensinos corrompidos. Entretanto, teólogos com tendências liberais consideram tais posições radicais e se envolvem em ecumenismo com religiões liberais, chegando até a participar de sacramentos nelas.

Estejamos atentos a esses alertas, para permanecermos firmemente comprometidos com a sã doutrina em nossas igrejas, proclamando fielmente as Escrituras e afastando aqueles que as menosprezam.

Rev. Ericson Martins

A glória dos filhos são os pais


Lendo Provérbios nesta semana, cheguei ao capítulo 17 e passei a refletir mais atentamente sobre o que diz o verso 6. Ele exalta a beleza da herança familiar, mas, para que os pais sejam “a glória dos filhos”, como afirma o texto, é necessário que tenham mais do que presença física ou que sejam apenas provedores materiais. É preciso que sejam exemplos de temor a Deus, pois não há verdadeira honra sem integridade, nem verdadeiro respeito sem coerência.

O rei Salomão parte do pressuposto de que os pais aqui mencionados são tementes a Deus, conduzindo suas casas com sabedoria e retidão. Quando o pai teme a Deus, seus filhos o veem como uma rocha firme em meio às tempestades da vida. Quando seu caráter comprova seu compromisso de conhecer e obedecer a Deus, ele se torna digno de ser lembrado, imitado e celebrado.

Por outro lado, há pais que, em vez de serem glória, tornam-se vergonha para os filhos. Seus comportamentos, palavras, desvios e omissões deixam marcas dolorosas. Em vez de honra, transmitem insegurança; em vez de bênção, geram feridas. A Palavra de Deus não ignora essa realidade. O próprio livro de Provérbios adverte: “O justo anda na sua integridade; felizes lhe são os filhos depois dele” (Pv 20:7), deixando claro que a alegria dos filhos está ligada ao bom exemplo do pai.

Neste Dia dos Pais, somos chamados a uma reflexão honesta: que qualidade de pai temos sido ou queremos ser? Seremos lembrados com honra ou com receio? Seremos a glória dos nossos filhos ou a causa da sua indiferença? A boa notícia é que nunca é tarde para recomeçar. Pais que hoje se arrependem, voltam-se para Deus e assumem sua responsabilidade com humildade podem reconstruir pontes, restaurar afetos e reescrever sua história dentro da própria família.

Que os filhos que têm pais piedosos os valorizem, não apenas com presentes ou públicas homenagens em redes sociais no Dia dos Pais, mas privativamente com distinto respeito, obediência e cuidados pessoais intransferíveis. E que os pais que ainda não são referência de temor a Deus, de amor a Cristo e de compromisso com a comunhão cristã em sua própria santificação se deixem transformar pelo poder do Espírito Santo, pois, como nos lembra Provérbios 17:6: “a glória dos filhos são os pais”. Que sejamos pais dignos de inspirar essa glória.

Rev. Ericson Martins

Oremos pelo Brasil



A Palavra de Deus exorta os cristãos a orar pela nação em que se encontram (Jr 29:7) e pelas autoridades constituídas (1Tm 2:1-2).

O atual contexto moral, político e econômico brasileiro tem se agravado, e todos nós, naturalmente, nos sentimos apreensivos, principalmente pelos mais vulneráveis no meio dessa guerra. Sim, guerra!

Existem muitos tipos de guerra, além da militar: guerra político-ideológica, guerra tarifária e guerra de narrativas, entre as quais, notadamente, estamos vivendo de forma ainda mais sentida.

Contudo, há uma guerra na qual a Igreja possui autoridade distinta e intransferível. Enquanto as autoridades se ocupam com conflitos humanos, ela é chamada a enfrentar conflitos espirituais (Ef 6:10-20), porque ocupa uma posição estratégica na sociedade.

Lembremo-nos de Abraão, que orou a favor de seu sobrinho Ló, quando este estivera em meio a uma sociedade perversa. Deus ouviu a oração, livrou Ló e sua família, e puniu as cidades de Sodoma e Gomorra (Gn 18:22-23 e 19:15-29). Abraão discerniu que a oração era a experiência mais sábia e eficaz em meio a calamidade moral e política daquelas cidades.

Nosso país parece caminhar a passos largos para crises políticas e econômicas sem precedentes e, certamente, nenhum de nós poderá ignorar os iminentes efeitos por muito tempo, enquanto se distrai com as guerras político-ideológicas e de narrativas. Mais do que antes, as igrejas precisam se unir em oração pelo Brasil, na expectativa de que Deus ouça o clamor do seu povo e intervenha, frustrando os tronos da injustiça, punindo os que barganham a omissão pela ganância, e quebrando o cetro da falsa realeza.

A Igreja é a embaixadora do Evangelho, mas também a sentinela contra os inimigos espirituais que atuam por detrás da carne e sangue, contra os quais armas espirituais são mais eficazes que discussões políticas intermináveis e dissensões.

“… o Senhor é o nosso juiz, o Senhor é o nosso legislador, o Senhor é o nosso Rei; ele nos salvará” (Is 33:22)

Deus é o verdadeiro soberano, e somente nele encontramos solução para todos os poderes da República Federativa do Brasil!

Rev. Ericson Martins

A crise e o caráter relacional

 


A crise política entre Brasil e Estados Unidos parece não ter fim. Pelo contrário, ao observarmos o modo como as maiores autoridades de ambos os países reagem a cada provocação, não encontramos indícios seguros de que alguém esteja disposto a recuar em favor de um acordo que pacifique as relações diplomáticas e determinados setores econômicos.

Crises nos relacionamentos são inevitáveis, porque os homens estão corrompidos pelo pecado e se mostram, naturalmente, indispostos a se humilhar uns diante dos outros.

Contudo, a Palavra de Deus nos fornece sabedoria para frear o ímpeto do orgulho e da beligerância, como resultado da comunhão com Jesus Cristo. Foi sobre isso que o apóstolo Paulo falou em Efésios 2:13-22.

Como cristãos, guiados pela Palavra de Deus, temos a constante necessidade de rever os princípios que nos orientam a promover e manter relacionamentos saudáveis e harmônicos. E, ao observarmos o atual cenário do conflito político, podemos refletir exatamente sobre esse tema, a fim de compreendermos nosso lugar, como Igreja, no meio dele, como luz do mundo.

Quando líderes se enfrentam por interesses e interpretações distintas, somos lembrados de como o ser humano, em qualquer esfera, carece de sabedoria, humildade e graça para lidar com o outro.

O que a atual crise política nos ensina sobre relacionamentos?

Respeito pela individualidade.

Discernir e respeitar os limites do outro é essencial para a preservação da paz e da harmonia. Quando esse princípio é negligenciado, fronteiras são ultrapassadas, gerando inconveniências intoleráveis. O amor não nos dá o direito de violar a privacidade alheia ou menosprezar o valor de uma pessoa.

Comunicação constante.

A crise entre o Brasil e os EUA agravou‑se rapidamente pela ausência de um ambiente de comunicação bilateral, optando-se por trocas de provocações e ameaças públicas. Em qualquer crise de relacionamento, a solução sempre passa pelo diálogo claro, franco e moderado pelo “fechar a boca”, como afirma o texto de Provérbios: “O que guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios a si mesmo se arruína” (Pv 13:3).

Inteligência emocional.

Saber quem somos e como reagimos diante de um conflito é sinal de sabedoria. Jesus ensinou que, no confronto entre dois reis, o mais fraco deve reconhecer sua impotência e enviar uma embaixada pedindo condições de paz (Lc 14:31‑32), e não insistir movido pela cegueira do orgulho. Da mesma forma, precisamos de estratégia emocional, negociação e resiliência diante das adversidades (Fp 4:5; Cl 4:6).

Discernimento entre ideias e pessoas.

A diplomacia exige separar interesses pessoais dos institucionais, assim como, nas relações interpessoais, somos chamados a distinguir o debate de ideias da dignidade da pessoa. Quando isso não ocorre, divergências legítimas acabam em ofensas pessoais graves, perdendo-se a oportunidade de seguir a verdade em amor e, assim, edificando o relacionamento em vez de destruí-lo.

Rev. Ericson Martins

A Igreja e o Brasil de partidos

 

O cenário político atual, marcado por tensões internas e externas, tem despertado reações intensas entre governantes e cidadãos. A recente reação do presidente norte-americano, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros provocou imediata reação do governo brasileiro, reacendendo o debate sobre soberania, diplomacia e interesses nacionais. Nesse ambiente de crescente polarização, mais uma vez a Igreja é pressionada.

É fundamental que ela preserve sua identidade, visto que não é extensão de partidos, tampouco instrumento de ideologias passageiras. Ela foi chamada para ser sal da terra e luz do mundo, comprometida com a verdade e com o testemunho do Evangelho.

A Palavra de Deus orienta a orar pelas autoridades, a respeitá-las (Rm 13:1-7; 1Pe 2:13-17), a pagar tributos (Mt 22:21) e a estimular que cargos públicos sejam ocupados por pessoas tementes a Deus, moralmente íntegras e competentes. A Igreja deve participar do debate político e preferir as lideranças mais comprometidas com os valores do Reino. No entanto, isso não significa render-se aos pés de quaisquer agentes políticos ou ideologias humanas, porque a sua missão é profética, não partidária.

John Locke, pensador cristão e defensor da liberdade religiosa, viveu em contexto de absolutismo do Estado. Ele advertiu que, quando fé e política se misturam, quem perde é a fé. A história tem mostrado isso: onde a Igreja se aliou a regimes ou partidos, perdeu sua autoridade moral e sua autonomia espiritual.

Jesus deixou claro que seu Reino não é deste mundo (Jo 18:36), não buscou apoio político, nem cedeu a qualquer tentação do poder terreno. A Igreja deve seguir esse exemplo! Como João Batista diante de Herodes, precisa manter sua voz livre para denunciar o pecado e proclamar a justiça, ainda que isso custe influência, aceitação ou liberdade.

Ao mesmo tempo, devemos viver como cidadãos responsáveis, sendo cada vez mais biblicamente coerentes na hora de votar, pois o resultado sempre trará eleitos que servirão como instrumentos de bênção ou de severa punição sobre uma nação, quando despreza o conselho do Senhor pela infeliz escolha de governantes insensatos.

Rev. Ericson Martins

Orai e vigiai

 


Não é incomum ouvirmos pessoas alegarem, após cederem à tentação, que “a carne é fraca”, geralmente com um tom de autocomiseração ou de conformismo.

Quando a tentação se aproximava, Jesus advertiu os seus discípulos: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26:41). Ele havia se retirado para orar no Getsêmani, profundamente angustiado, e confiou aos discípulos a simples tarefa de vigiar com ele, mas eles se distraíram, entregando-se ao sono por três vezes.

Jesus não apenas lamentou o cansaço físico dos discípulos ao encontrá-los dormindo, mas expôs a fraqueza espiritual que nasce da ausência de vigilância e oração. Evidentemente, não é a carne, em si, que nos derrota, mas a carne desassistida pela vigilância espiritual e pela oração. A carne é fraca quando o compromisso com Cristo é superficial, quando o caráter não é forjado na intimidade com Deus.

Quantos hoje enfrentam tentações não por ignorância, mas por negligência! É o caso do crente que cede às impurezas sexuais por desprezar conselhos e ignorar a vigilância constante, ou daquele que se afasta da comunhão comunitária ao trocar o culto público pelo ativismo ou pelo entretenimento. Nenhum desses enfraquece de repente. Todos adormecem aos poucos.

Vigiar e orar não é um chamado à ansiedade, mas à lucidez espiritual, pois vivemos em um mundo moralmente corrompido e armado com sutis tramas satânicas. Sem discernimento, confundimos desejos com necessidades e tentações com oportunidades. E sem oração, tentamos resistir confiando em nós mesmos, mas a carne, sozinha, nunca vence. Na hora da prova, as forças aparentes traem a confiança e revelam bastidores de negligência que jamais deveriam ter sido ignorados.

Jesus sabia que o momento era decisivo, por isso apelou. Contudo, os discípulos não perceberam a gravidade do que estava para acontecer, por isso dormiram e caíram.

Jesus ensinou que quem vigia e ora não entra em tentação, mas permanece firme quando ela vem. Que essa vigilância e o compromisso de orar constantemente fortaleçam nossa lealdade a Cristo, por reconhecermos a fragilidade da nossa natureza humana.

Rev. Ericson Martins

Amemos a Igreja!

 

“Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Efésios 5:25)

Nesta passagem, Paulo instrui os maridos sobre o amor sacrificial que devem nutrir por suas esposas, tomando como base o mais alto exemplo: o de Cristo por sua igreja. Nele percebemos a essência do seu compromisso, pois não apenas sentiu amor pela igreja, mas se entregou voluntariamente por ela, com todo o custo que isso envolvia. Notemos que Paulo não se referiu a um amor sentimental, mas a um amor prático, santo e disposto a sofrer pelo bem de todos os eleitos e redimidos, de todos os tempos.

A igreja, portanto, é profundamente amada por Cristo. Essa verdade confronta o crescente número de cristãos que, decepcionados com escândalos morais de alguns líderes e com a corrupção doutrinária difunda por eles, abandonaram a comunhão local. Essa dor é real e precisa ser ouvida com humildade, mas jamais pode justificar o desprezo e o abandono radicais da igreja, pois ela continua sendo o corpo de Cristo (Ef 1:23), ainda que desacatada por alguns que deveriam ser “padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza” (1Tm 4:12), assim cuidando do rebanho de Deus (At 20:28).

A tentação de viver uma fé individualizada, sem envolvimento com uma igreja local, é sutil. Tentação é toda inclinação ou estímulo, externo ou interno, que nos seduz a desviar da vontade de Deus. Hoje, ela muitas vezes se apresenta sob a forma de uma “espiritualidade alternativa”, que promete liberdade sem compromisso, mas o amor de Cristo não é apenas por indivíduos, é pela comunidade visível e reunida (Sl 133; Jr 31:1-3).

Diante disso, todos nós, cristãos, precisamos assumir a nossa responsabilidade de cuidar da igreja. Não como espectadores ou meros frequentadores indiferentes, mas como parte viva do corpo. Amar a igreja é amar o que Cristo ama. Cuidar dela é agir com zelo moral, participar com fidelidade, orar pelos seus líderes e lutar por sua pureza e santidade. Não com crítica destrutiva, mas com inegável compromisso de cooperar com a sua edificação.

Cristo não desistiu da igreja. Que nós também não desistamos.

Rev. Ericson Martins

Grandeza na coragem de amar


A imprensa do mundo todo noticiou o drama vivido pela brasileira Juliana Marins, morta quatro dias após cair durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia.

O fato despertou intensos debates públicos, especialmente nas redes sociais, dividindo opiniões sobre a imprudência dos que buscam aventuras com alto risco de acidentes graves e a omissão de governos que deveriam impedir o acesso a determinadas áreas ou estar preparados para socorro imediato em caso de tragédias.

No meio de todas essas tristes histórias, surge um indonésio que ultrapassou toda burocracia institucional, colocando a própria vida em risco para resgatar o corpo da jovem e garantir o sepultamento digno e o consolo da família já enlutada.

Seu nome é Agam Rinjani, um guia e voluntário local. Ele liderou uma equipe disposta a enfrentar condições extremas, fazendo o que precisava ser feito, sem esperar por recompensas ou reconhecimento. Sua atitude revela uma virtude muitas vezes ignorada: o amor prático, silencioso e profundo ao próximo.

Há pessoas que jamais terão seus nomes impressos em manchetes, mas que vivem diariamente uma fé que se expressa em atos concretos de compaixão. O Antigo Testamento nos apresenta um exemplo marcante: Ebede-Meleque, um oficial etíope que, em meio à corrupção e à covardia do reino de Judá, ousou interceder junto ao rei Zedequias para salvar o profeta Jeremias da morte certa (Jr 38:7-13). Anônimo aos olhos do mundo, mas lembrado eternamente pela Palavra de Deus.

Embora Agam não seja um crente declarado em Cristo, lembramos que todos, crentes ou incrédulos, carregam em si traços da imagem de Deus, o que lhes permite realizar atos de bondade (Lc 11:13), ainda que apenas como uma sombra da perfeição encontrada em Cristo.

Cristo nos ensinou que o verdadeiro amor não se limita a palavras ou intenções, mas se revela em gestos que carregam o peso da cruz (Jo 15:13). Ele mesmo se fez servo, lavou pés, tocou os intocáveis e deu sua vida pelos que nada podiam lhe oferecer. Ele é o exemplo perfeito, a medida do amor pleno e a fonte suficiente de toda boa obra (Cl 3:12-14; 2Co 9:8). Em cada ato anônimo de bondade, o mundo é tocado pela graça que há em Jesus.

Rev. Ericson Martins

Discernimento em meio às sutilezas do engano


A advertência de Deus a Caim, em Gênesis 4:7, foi clara: o pecado estava à porta, pronto para dominar, mas cabia a ele resistir. Essa é uma das primeiras lições da Bíblia sobre a natureza da tentação. Ela não é abrupta nem explícita em sua primeira aproximação. Antes, é sorrateira, testando os limites do coração, minando aos poucos o temor ao Senhor, até que a consciência se renda ao relativismo de responsabilidades cristãs absolutas e biblicamente inegociáveis.

A tentação é a sugestão persistente de abandonar o caminho da fidelidade, travestida de necessidades ou argumentos justos. Assim, como no caso de Caim, o desprezo pela advertência e correção o arrastou, aos poucos, ao pecado, inicialmente apenas à porta, mas que, por ter sido subestimado com autojustificativa e mentira, entrou, dominou e matou (Gn 4:5-9).

Jesus também enfrentou a tentação, mas venceu-a por meio da confiança inabalável na Palavra de Deus (Mt 4:1-11). Pedro, por outro lado, mesmo bem-intencionado, caiu em erro quando tentou dissuadir Jesus de ir à cruz. A repreensão que recebeu foi severa: “Arreda, Satanás!” (Mt 16:23). Isso revela como até conselhos, convites ou eventuais concessões aparentemente amorosas ou inofensivas podem ocultar armadilhas espirituais.

Por isso, discernir a tentação exige vigilância constante e intimidade com Deus, porque nem toda oferta é bênção, e nem todo conselho é biblicamente sábio. O mal, muitas vezes, se esconde por trás de situações comuns, emoções legítimas, pressões de necessidades e palavras bem elaboradas.

Cultivar a fé é o caminho para resistir. A fé verdadeira é viva, cresce em oração, se alimenta das Escrituras e se fortalece na comunhão da igreja. Em vez de permitir que o desânimo pecaminoso ou a infidelidade se abrigue, aquele que teme o Senhor exerce domínio disciplinado de suas vontades, rendendo-as à vontade revelada de Deus todos os dias.

Rev. Ericson Martins

Ainda não é o fim!


O céu se cobre de fumaça onde a terra rejeita a paz, mas ainda não é o fim!

“E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim” (Mateus 24:6)

Nesta semana, estamos acompanhando, com pesar e preocupação, os conflitos militares entre Israel e Irã. Essa tensão no Oriente Médio, que não é recente, tem ecoado por todo o mundo, gerando medo, insegurança e, sobretudo, dor. Enquanto famílias são destroçadas e vidas interrompidas, discursos inflamados de ambos os lados persistem, alimentando ameaças e ódio, e afastando qualquer expectativa de uma solução breve.

É evidente que a ausência de paz entre os povos, como no conflito entre a Rússia e a Ucrânia, bem como em outros contextos onde se utilizam arsenais judiciários, tributários e políticos como armas de diferentes formas de guerra, é um sinal claro da ruína espiritual da humanidade e da cegueira de autoridades que, em busca de poder, planejam e praticam o mal uns contra os outros.

Jesus não apenas previu tais acontecimentos, mas os inseriu em seu sermão escatológico como sinais que antecedem o fim. Em Mateus 24:6, ele nos adverte que essas guerras e rumores de guerras não devem nos surpreender, pois fazem parte de um plano que culminará em sua volta. É como se cada conflito atual o mundo fosse, ao som de sirenes (como de trombetas), alertado para a realidade do juízo vindouro.

Por isso, para os cristãos conhecedores da verdade de Deus, a resposta não deve ser o desespero, mas a vigilância, a fé e a esperança. O Senhor reina soberanamente, e nada escapa ao seu governo eterno. Em breve, ele frustrará os desígnios das nações e manifestará a plenitude do seu Reino de “justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14:17).

Rev. Ericson Martins

Feliz Dia dos Namorados

 


O Dia dos Namorados chegou! Quem não se lembra do primeiro encontro, de como o amor especial surgiu e de como foi crescendo a ansiedade de passar o maior tempo possível juntos?

Em Provérbios 18:22 lemos: “O que acha uma esposa acha o bem e alcançou a benevolência do Senhor.” Neste verso, o rei Salomão, inspirado por Deus, declarou uma realidade sempre atual: o amor conjugal, quando nasce de modo puro e sob o temor do Senhor, é uma das manifestações mais belas da graça divina. 

Ao dizer que “o que acha uma esposa acha o bem”, o texto não se refere apenas ao encontro de alguém com quem dividir os dias, mas à descoberta de algo essencial para nós: a comunhão que aponta para o cuidado de Deus em nossas necessidades mais íntimas.

Essas palavras de Salomão não são apenas um elogio ao casamento, mas uma celebração da benevolência do Senhor, revelada pela dádiva do amor exclusivo, firmado em aliança, que deve ser genuinamente buscado. Aliás, o verbo “achar” transmite a ideia de uma busca criteriosa e providencial, que conduz ao casamento, não a uma união precipitada. Não se trata apenas de encontrar alguém para saciar a necessidade de afeto, mas de reconhecer, no outro, um bem que vem do alto, como motivo de constante gratidão a Deus, muito além de uma data comemorativa no calendário.

É nesse sentido que o amor entre um homem e uma mulher, cultivado com santidade, altruísmo e fidelidade, revela os traços da benevolência do Senhor. Assim, o namoro torna-se o início de uma jornada em que dois corações aprendem a amar como Cristo ama sua Igreja.

Os que anseiam pelo casamento não se entreguem à pressa ou ao desespero, mas esperem pelo momento certo e pela a pessoa certa, buscando da parte do Senhor sabedoria em sua Palavra. E que os que já encontraram esse bem precioso celebrem com gratidão e alegria, pois, de fato, alcançaram a benevolência do Senhor.

Rev. Ericson Martins

Testemunho de uma idosa no culto

 


“Oh! Provai e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nele se refugia” (Sl 34:8)

Ontem, estávamos na igreja quando percebemos a chegada de uma idosa; parecia ter cerca de 85 anos e caminhava com o auxílio de um andador. Assentou-se próxima a nós.

Logo que o culto se iniciou, passou a participar com entusiasmo e, mesmo com uma voz fraca, orava e cantava, não se deixando vencer pelo peso da idade.

Em dado momento, enfrentando qualquer temor ou constrangimento, acenou para o pastor, que atenciosamente deixou o púlpito e se aproximou para ouvi-la. Pediu, então, uma oportunidade para falar algo. O pastor, com discernimento e sensibilidade, interrompeu a liturgia e lhe concedeu o microfone. Um grande silêncio se formou, unido à expectativa da congregação.

De repente, aquela humilde idosa começou a orar, e tudo o que conseguia expressar, por alguns minutos, eram palavras carregadas de gratidão a Deus. Em seguida, com lágrimas escorrendo por seu rosto, testemunhou que estava enferma e, por esse motivo, impedida de congregar nos últimos meses, mas que, naquela noite, conseguiu ir ao culto, unir-se aos irmãos e prestar culto a Deus.

Todos ficaram cheios de temor, e a emoção invadiu o coração de muitos. Naquele momento, lembrei-me da pandemia da Covid-19 e de quantos sofreram por terem sido privados dos cultos públicos, por conta das restrições sanitárias. Pensei também nos que, mesmo gozando de boa saúde e tendo oportunidade, desprezam a convocação divina para se reunirem em assembleia e prestar culto a Deus, desperdiçando privilégios que ecoam na eternidade.

O testemunho daquela idosa edificou e multiplicou a alegria entre os presentes, por estarem ali, cantando louvores e encontrando no Senhor refúgio de alegria, porque ele é bom! Não percamos a oportunidade de congregar com zelo, prestando culto e fortalecendo-nos na comunhão.

Rev. Ericson Martins

As crianças são o presente da Igreja


A repetida frase “as crianças são o futuro da Igreja” parece bem-intencionada, mas esconde um sério conflito: ao projetar seu valor e importância funcional somente no futuro, nega-se a sua relevância no presente. O Salmo 8:2 confronta diretamente esse pensamento ao afirmar que o próprio Deus suscita força da boca dos pequeninos, e isso por um propósito: silenciar inimigos e vingar a justiça.

Não se trata aqui de uma metáfora, mas de uma realidade. Crianças que louvam a Deus, que oram, que aprendem a Palavra de Deus, não estão em fase de espera, mas em pleno exercício espiritual, de modo que Deus revela nelas força teológica e escatológica, relacionada ao seu reino (Mt 19:14).

Nessa lógica, na aparente fragilidade humana, Deus manifesta sua força (2Co 12:9), e isso inclui a infância, o culto das crianças, suas orações, sua comunhão e seu serviço.

Precisamos entender e afirmar que elas não são apenas “a esperança de amanhã”, mas instrumentos de Deus hoje, como afirmou Joel Beeke: “As crianças da aliança são membros do corpo de Cristo desde a infância, não porque sejam inocentes, mas porque pertencem à comunidade do pacto e devem ser instruídas no temor do Senhor desde os primeiros anos” [1]

Reconhecer as crianças como membros ativos do corpo de Cristo é mais do que pedagógico, é cristocêntrico, porque são parte por meio da aliança dos pais crentes (1Co 7:14) e, como tal, devem ser acolhidas, discipuladas e integradas.

A família, a Igreja e seus líderes que as consideram como apenas “o futuro” correm o risco de subestimar e negligenciar o cuidado a um dos mais belos meios pelos quais Deus revela a sua glória hoje!

Rev. Ericson Martins

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[1] BEEKE, Joel R. Parenting by God’s Promises: How to Raise Children in the Covenant of Grace. Orlando: Reformation Trust, 2011, p. 37.

O conselho do Senhor dura para sempre

“O Senhor frustra os desígnios das nações e anula os intentos dos povos. O conselho do Senhor dura para sempre; os desígnios do seu coração, por todas as gerações” (Sl 33:10-11).

A afirmação pública de uma autoridade brasileira: “Deus deixou o sertão sem água porque ele sabia que eu ia… trazer água para cá” é mais do que um lapso de humildade, é uma ofensa à soberania divina, diante da qual não podemos nos calar! Ela atribui à vaidade humana a prerrogativa de moldar o conselho eterno de Deus, como se o Criador reescrevesse sua providência em torno da ascensão de um homem ao poder.

A Palavra de Deus ensina que os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra de suas mãos (Sl 19:1); logo, a seca no sertão não resultou de uma insensível conspiração divina, tampouco é palco para discursos falaciosos, mas parte de uma criação que geme, como efeitos da queda e do pecado.

Portanto, ao inverter os papéis entre Criador e criatura, o discurso arrogante revela uma cegueira espiritual profunda. Ele ecoa, desde Babel, o mesmo fracasso moral de tentar fazer um nome para si, deixando de considerar que a verdadeira grandeza não se constrói com soberba, mas com humildade, segundo a graça de Deus.

Nesse mesmo sentido, quando alguém fala como se Deus lhe devesse algo ou girasse o mundo em torno de seus feitos, repete o erro de Nabucodonosor, que precisou ser severamente humilhado até reconhecer que “o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens” (Dn 4:32).

Ele não é apenas um nome em discursos políticos imprudentes, é o Senhor de toda a Terra e deve ser sempre distintamente reverenciado. Os homens passam, logo se confundem com o pó da terra e são esquecidos, mas os desígnios do Senhor permanecem por todas as gerações.

Rev. Ericson Martins