A imprensa do mundo todo noticiou o drama vivido pela brasileira Juliana Marins, morta quatro dias após cair durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia.
O fato despertou intensos debates públicos, especialmente nas redes sociais, dividindo opiniões sobre a imprudência dos que buscam aventuras com alto risco de acidentes graves e a omissão de governos que deveriam impedir o acesso a determinadas áreas ou estar preparados para socorro imediato em caso de tragédias.
No meio de todas essas tristes histórias, surge um indonésio que ultrapassou toda burocracia institucional, colocando a própria vida em risco para resgatar o corpo da jovem e garantir o sepultamento digno e o consolo da família já enlutada.
Seu nome é Agam Rinjani, um guia e voluntário local. Ele liderou uma equipe disposta a enfrentar condições extremas, fazendo o que precisava ser feito, sem esperar por recompensas ou reconhecimento. Sua atitude revela uma virtude muitas vezes ignorada: o amor prático, silencioso e profundo ao próximo.
Há pessoas que jamais terão seus nomes impressos em manchetes, mas que vivem diariamente uma fé que se expressa em atos concretos de compaixão. O Antigo Testamento nos apresenta um exemplo marcante: Ebede-Meleque, um oficial etíope que, em meio à corrupção e à covardia do reino de Judá, ousou interceder junto ao rei Zedequias para salvar o profeta Jeremias da morte certa (Jr 38:7-13). Anônimo aos olhos do mundo, mas lembrado eternamente pela Palavra de Deus.
Embora Agam não seja um crente declarado em Cristo, lembramos que todos, crentes ou incrédulos, carregam em si traços da imagem de Deus, o que lhes permite realizar atos de bondade (Lc 11:13), ainda que apenas como uma sombra da perfeição encontrada em Cristo.
Cristo nos ensinou que o verdadeiro amor não se limita a palavras ou intenções, mas se revela em gestos que carregam o peso da cruz (Jo 15:13). Ele mesmo se fez servo, lavou pés, tocou os intocáveis e deu sua vida pelos que nada podiam lhe oferecer. Ele é o exemplo perfeito, a medida do amor pleno e a fonte suficiente de toda boa obra (Cl 3:12-14; 2Co 9:8). Em cada ato anônimo de bondade, o mundo é tocado pela graça que há em Jesus.
Rev. Ericson Martins
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