Ao longo dos anos, dedicamo-nos ao aconselhamento de noivos e casais. Durante esse tempo, testemunhamos inúmeros casos de casais atravessando variadas crises, tanto graves quanto superficiais. Aos poucos, percebemos que quase todas elas se resumiam a três evidências principais:
01) Crises de comunicação;02) Crises no cuidado das finanças;03) Crises de interesse sexual.
O que todas elas têm em comum? Se o pecado é o fundamento, essas crises são seus resultados, semelhantes a colunas em ruínas. Mesmo quando o casamento está preservado, a convivência pode ser afetada pela insalubridade e pela condescendência com a falta de “manutenção” constante do relacionamento.
A Palavra de Deus nos ensina a valorizar e a cuidar da convivência uns com os outros (por exemplo, Rm 12:9-20). E por quê? Porque o pecado está presente em nossa natureza, como um animal à espreita de uma presa distraída. Contudo, embora não consigamos neutralizar o veneno em nossa alma, temos a chance de nos desviar do mal (Gn 4:7; Pv 16:17) e evitar que ele se multiplique por falta de zelo da nossa parte.
Se os fundamentos sustentam o casamento, as colunas lhe dão estrutura para suportar o peso das grandes pressões e tentações na jornada da vida.
Não basta ter um fundamento sólido! Há casais que apenas se preocupam em conviver um com o outro, mas não desfrutam da vida a dois, porque ainda não descobriram a beleza e a alegria que o relacionamento reserva e que devem ser exploradas.
Grande parte dessa sublimidade encontra-se escondida nas rotinas, nas tarefas simples, nas oportunidades extraordinárias, em um gesto de afeto inesperado e nas palavras animadoras quando o desânimo parece controlar as expectativas.
O casamento foi criado por Deus não apenas para unir o homem e a mulher, mas também para que tenham prazer um com o outro. E não nos referimos apenas à intimidade sexual. Ora, seria uma tragédia se o prazer do casal fosse limitado ou condicionado a ela, quando a relação conjugal foi planejada para ser bem mais profunda e significativa!
Nesse sentido, sobre os fundamentos bíblicos, edificar o casamento com colunas de condutas fixas e inflexíveis é sábio, pois estas o estruturam e o mantêm fortalecido contra as ideologias nefastas deste século, bem como contra as inclinações rebeldes dos nossos corações, que tentam, a todo instante, resistir aos preceitos de Deus e ao bem além de nós mesmos!
Coluna do amor abnegado
"Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido" (Efésios 5:33).
O homem e a sua mulher carecem, desesperadamente, de ser amados um pelo outro, mesmo quando a necessidade sentida desse amor seja diferente para cada um. Essencialmente, o amor "não procura os seus interesses", é altruísta e se satisfaz pelo bem realizado a favor do outro, como provado por Cristo.
Coluna da ordem funcional
"Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo" (1 Coríntios 11:3).
O homem e a mulher possuem a mesma condição diante de Deus (Gl 3:28; 1 Pd 3:7), mas isso não anula a verdade de que foram criados distintos quanto à ordem da criação, ao gênero sexual e à função de cada um. O homem é responsável por dirigir a família no temor do Senhor, e a mulher, por auxiliá-lo.
Coluna da mútua cooperação
"Melhor é serem dois do que um..." (Eclesiastes 4:9-12).
O casamento saudável converge esforços em uma única direção, porque os cônjuges reconhecem a necessidade de proteger e suprir a unidade, cada um cumprindo bem a sua parte. Interesses particulares não são desprezados, mas não se sobrepõem aos coletivos, nem sobrecarregam o outro pela omissão.
Coluna da constante comunicação
"Pomba minha,... mostra-me o rosto, faze-me ouvir a tua voz, porque a tua voz é doce, e o teu rosto, amável" (Cântico 2:14).
A maioria dos conflitos nos relacionamentos pode ser prevenida com maior dedicação a conversas necessárias, livres de censuras, emocionalmente controladas e propositivas. A comunicação é tão poderosa para fortalecer quanto para distanciar a intimidade em um casamento, quando evitada.
Coluna do arrependimento e do perdão
"O amor... não se exaspera, não se ressente do mal" (1 Coríntios 13:4-5).
No verdadeiro amor, o casal não permite perder o controle da ira rapidamente, pois se apega mais às virtudes do que às falhas um do outro e, portanto, cada um está sempre disposto a se corrigir e a corrigir, a ser ajudado e a ajudar. Assim, encontram no perdão e no arrependimento motivos para recomeçar pacientemente.
O casamento é, e sempre será, uma bênção da parte de Deus, quando edificado sobre os fundamentos de sua Palavra e por ela orientado.
Rev. Ericson Martins
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