“A ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque só um é vosso Pai, aquele que está nos céus” (Mt 23:9).
Jesus deu essa advertência no contexto da denúncia contra os escribas e fariseus, que se assentavam na cadeira de Moisés (Mt 23:1), ou seja, usurpavam uma autoridade que não possuíam.
Moisés foi um dos mais relevantes líderes da história dos israelitas, mas isso não resultou de ostentação externa, nem de falso moralismo religioso (Mt 23:2-8), e sim do chamado divino e de seu caráter coerente e fiel a Deus.
Os escribas e fariseus eram apegados a títulos honrosos e esperavam ser exaltados pelos homens. Por ocuparem lugares de destaque, como se fossem mediadores espirituais entre Deus e os homens, acreditavam possuir autoridade religiosa absoluta, exigindo um reconhecimento que deveria ser dado somente a Deus.
Por isso, Jesus foi claro: “A ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque só um é vosso Pai, aquele que está nos céus”.
A palavra “pai” nessa passagem bíblica é a palavra grega pater (progenitor masculino). Jesus não proibiu chamar o pai terreno de “pai”, pois o sentido empregado não foi biológico, mas teológico. Ele rejeitou qualquer autoridade espiritual humana que usurpe o lugar de Deus Pai, bem como qualquer estrutura eclesiástica que centralize autoridade em uma única figura humana, como é o caso do papado romano.
Deus é o único Papa (“Pai”) e todos os crentes verdadeiros em Cristo são irmãos, sob a mesma autoridade divina. Aqueles que creem nessa doutrina bíblica rejeitam qualquer tentativa de obscurecer ou usurpar a suficiência da obra sacerdotal de Cristo (o único “Pontífice”, cf. Hb 4:14-15; 1Tm 2:5) e a glória que deve ser tributada somente ao Pai que está nos céus.
Rev. Ericson Martins
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