Os três maiores significados da Páscoa


A Páscoa é uma das celebrações mais ricas e profundas da fé cristã. Muito além de um feriado ou tradição religiosa, ela é uma declaração viva da obra redentora de Deus em favor da humanidade. Desde o Antigo Testamento, passando pelo sacrifício de Cristo na cruz até a esperança do seu retorno glorioso, a Páscoa nos convida a recordar, a crer e a esperar. Ela aponta para eventos históricos, mas ecoa três grandes verdades.

A morte de Cristo

Os cordeiros sacrificados no Egito (Êx 12:1-13), na noite anterior à saída dos israelitas, apontavam profeticamente para o sacrifício de Jesus, o Cordeiro de Deus, que libertaria o seu povo da condenação do pecado.

João Batista identificou Jesus como “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29; cf. Is 53:11). Na última ceia, o próprio Cristo declarou que o pão simboliza o seu corpo, entregue por nós (Mt 26:26), e o apóstolo Paulo destacou essa verdade ao ensinar que, ao participarmos da Ceia, fazemos memória do sacrifício expiatório de Jesus (1 Co 11:24).

Além disso, Paulo afirmou que, ao celebrar a Ceia, proclamamos a morte do Senhor até que ele volte (1 Co 11:26), ou seja, expressamos publicamente nossa fé na justificação eterna concedida a todos os que creem.

A Ceia de Cristo

A última noite dos israelitas no Egito foi um marco decisivo em sua história. Por gerações, o povo de Deus foi instruído a celebrar a Páscoa como memorial do juízo divino sobre os egípcios e do livramento concedido aos filhos de Israel (Êx 12:27).

Esse ritual deveria ser mantido como uma celebração perpétua, para que, geração após geração, todos se lembrassem de quem Deus é e das maravilhas que ele realizou.

Na noite em que celebrou a última Páscoa com seus discípulos, Jesus instituiu a Ceia com o mesmo propósito: memória e celebração (Mt 26:26-30). No entanto, agora o foco não é mais o cordeiro pascal do Egito, mas o verdadeiro Cordeiro de Deus. O primeiro era apenas uma sombra; o segundo é a realidade eterna. O cordeiro terreno apontava para o Cordeiro celestial, que tiraria definitivamente o pecado do mundo.

A esperança de Cristo

Assim como a Páscoa anunciava, pela morte do cordeiro, a libertação dos israelitas rumo à terra prometida, a Ceia proclama a morte de Cristo como a garantia da esperança de uma nova vida, plena, eterna e abundante.

Essa celebração carrega consigo a verdade central do evangelho: Jesus, o Cordeiro de Deus, foi sacrificado em nosso lugar no passado; hoje, ele nos concede os benefícios da sua morte, justificando-nos diante de Deus; e no futuro, voltará em glória para consumar a vitória sobre a morte e inaugurar um reino eterno de paz e justiça.

A Páscoa é, portanto, um chamado à memória, à fé e à esperança. Memória do que Cristo fez, fé no que ele realiza hoje e esperança no que ele prometeu consumar.

Rev. Ericson Martins

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