É fácil amar quem nos trata bem. Como disse Jesus: “Se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, que recompensa tereis? Até os pecadores fazem isso” (Lc 6:33). Difícil é fazer o bem aos que nos fazem mal. Por isso, lidar com pessoas é um dos maiores desafios que enfrentamos diariamente.
Cada um de nós carrega sua própria noção de justiça, e nem sempre somos misericordiosos. Quando surgem desentendimentos e decepções, tudo em nós grita por distância, silêncio ou julgamento. Mas é justamente quando alguém parece menos digno de amor que mais precisa ser amado.
Jesus nos mostrou isso de forma clara. Ele não veio para os saudáveis, mas para os doentes (Lc 5:31). Sua vida foi um constante movimento em direção aos que o mundo rejeitava. Ele não esperava que as pessoas se tornassem dignas para amá-las; ele simplesmente as amava. Seu amor não era uma resposta ao merecimento, mas a expressão de sua essência. E, se queremos seguir seus passos, precisamos aprender a amar justamente quando é mais difícil.
É natural nos distanciarmos dos que nos ferem, mas o Espírito nos guia a confrontar a lógica humana. Em 1 Coríntios 13:5, lemos que o amor “não se ressente do mal.” Isso não significa aceitar o erro, mas não permitir que ele nos afaste do compromisso de amar, porque o amor, guiado pelas Escrituras, é firme, paciente e perseverante (1 Co 13:7); uma ponte, não um muro.
Portanto, diante do erro repetido, da palavra dura ou da ingratidão, lembremo-nos do exemplo de Jesus, que, mesmo na cruz, disse: “Pai, perdoa-lhes” (Lc 23:34). Amar assim não é fácil, mas é necessário, e possível, se considerarmos que fomos amados por Deus quando não merecíamos (Lc 6:36; Cl 3:13).
Então, quando maltratados, lembremo-nos de que temos a oportunidade de experimentar a força do Evangelho que professamos e de testemunhar nossa fidelidade como seguidores daquele que, “quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente” (1 Pd 2:23).
Que nosso coração esteja pronto a oferecer amor, principalmente quando ele parecer mais injustificável, pois é nesses momentos que o amor tem maior poder de refletir o caráter de Cristo.
Rev. Ericson Martins
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