Estamos sempre ensinando nossos filhos por meio de nossas condutas, inclusive quando não estamos atentos a elas.
Essa afirmação precisa ser considerada seriamente. Não existe conduta neutra na educação de filhos. Tudo o que fazemos comunica algo. A forma como tratamos as pessoas, como lidamos com o cansaço, como falamos com o cônjuge, como reagimos a uma injustiça, como lidamos com a Bíblia, oração e congregamos em uma igreja… tudo é observado, absorvido e, com o tempo, reproduzido por eles.
É fácil dar conselhos, mas são os exemplos que mais influenciam a vida dos nossos filhos. Se dizemos que mentir é errado, mas damos um “jeitinho” quando nos convém, ensinamos que há exceções à verdade. Se pedimos respeito, mas tratamos os outros com grosseria, ensinamos que o respeito é relativo. Como a árvore é conhecida pelos seus frutos (Mt 12:33), da mesma forma, nossas condutas revelam o tipo de exemplo que temos dado (Gl 5:16-26).
A famosa jornalista brasileira da década de 70, Clarice Lispector, certa vez disse que “o óbvio é a verdade mais difícil de se enxergar.” E, por mais óbvio que seja para os pais cristãos, persuadir os filhos a amar, temer e servir a Deus por meio do seu exemplo pode ser a verdade mais difícil de se assumir com compromisso.
A Bíblia destaca: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22:6). Esse “ensinar” (ou “treinar”) não se limita a palavras; envolve presença e intencionalidade. Educar não é apenas corrigir erros, mas modelar um estilo de vida. E isso requer vigilância pessoal, porque quem cobra, invariavelmente, é mais observado e cobrado.
Ser pai ou mãe é uma missão diária. Não temos controle total sobre o futuro dos nossos filhos, mas temos responsabilidade sobre o que testemunhamos hoje. Se queremos filhos íntegros, precisamos viver com integridade. Se desejamos que tenham fé em Cristo, precisamos viver essa fé. Não se trata de perfeição, mas de coerência. Sim, coerência entre o que queremos dos nossos filhos e a vida que vivemos diante deles.
Afinal, mesmo em silêncio, nossas atitudes continuam ensinando.
Rev. Ericson Martins
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