O sistema
de governo da Igreja Católica Romana é chamado de episcopal, porque o seu governo
é hierarquicamente dirigido pelo epíscopos
(padre/bispo), aquele que centraliza o poder e unicamente exerce a função
sacerdotal, quem determina as decisões e destinos da igreja. Por isso, os
membros dela tendem a ser meros observadores dos cultos e meros absorvedores da
sabedoria do sacerdote, sem comprometimento no testemunho da fé e no serviço
pessoal que a evidencia em obediência a Deus, no mundo.
Precisamos
reconhecer que este modelo favorece o crescimento da igreja. Por isso, a Igreja
Católica é a maior organização cristã do mundo. E, como sua “filha” histórica,
parte da igreja protestante adotou o mesmo modelo de governo eclesiástico, como
o anglicanismo e metodismo, bem como inúmeras igrejas pentecostais e
neopentecostais. Elas contemplaram a vantagem de serem menos burocráticas e mais
eficazes na obra do Senhor. Todavia, fatidicamente, são expostas aos abusos por
depositarem toda a expectativa e o poder à vontade de um homem, e de se corromperem,
visto que o homem, incluindo o mais prestigiado sacerdote ou pastor, encontra-se
sob influências pecaminosas e é inclinado, por natureza, ao erro.
O sistema
de governo presbiteriano ou representativo demonstra-se o mais próximo do
ensino bíblico. Historicamente, este foi um dos frutos dos reformadores, especialmente
de João Calvino e João Knox. Depois de séculos de abusos pelo governo episcopal
da Igreja Católica Romana, a restauração do governo da igreja pela Escritura,
resgatou a bênção de preservá-la de novos abusos de autoridade.
Duas razões
acompanham o sistema presbiteriano de governo:
1. Cristo é a cabeça do corpo, da Igreja (Ef
5:23; Cl 1:15-20). O claro entendimento desta afirmação diz que Jesus é a
autoridade final na Igreja e, portanto, o único supremo legislador e rei sobre
ela. Ele é quem lhe comunica vida e a mantém viva, governando-a espiritualmente
(Jo 15:1-8; Ef 1:22-23). Também, que Ele é o único digno de receber toda a
glória e honra pela Igreja, sendo censurada qualquer exaltação do homem por suas
virtudes ou por suas obras. Por fim, que a autoridade de Jesus se revela na
fiel exposição e aplicação da sua Palavra e, portanto, todos têm o dever de se
sujeitarem ao seu ensino, sendo ele a verdade infalível de Deus para guiar as
decisões e condutas na igreja local (Jo 10:35; 2 Tm 3:16). Este pressuposto
resiste a tentativa de qualquer liderança eclesiástica de assenhorar-se da
igreja ou da vida de alguém, tentando usurpar a posição de autoridade de Cristo
para assumir a primazia entre o povo de Deus.
2. Cristo é a fonte da autoridade e do governo
na Igreja (Ef 4:10-15). Cristo governa e sustenta o Seu corpo, a Igreja,
designando cada membro para uma função, segundo a graça concedida a cada um,
pelo Espírito (1 Co 12:22-26). Assim, todos são responsáveis, moral e
espiritualmente por sua fé (1 Co 7:17), entretanto, Deus levanta oficiais para
apreenderem e aplicarem as suas leis entre o seu rebanho (At 20:28). Os
pastores e presbíteros são os mais altos oficiais na igreja local,
constituindo-se em Conselho, mas todos possuem o mesmo nível de autoridade e
submissão na Palavra de Deus, havendo diferença apenas nas atribuições
funcionais. O governo de Cristo na igreja local se revela, também, através dos
seus oficiais, e não por um homem só (1 Pd 5:1-4). Os membros da igreja local
têm certos deveres neste governo, como eleger os seus oficiais, no entanto,
tudo deve ser feito de acordo com o ensino bíblico, com decência e ordem (1 Co
14:40), porque estão diante do Senhor!
Para
concluir, Cristo deve ocupar o centro de todas as nossas expectativas e
confiança. Cristo é o único que pode
garantir as bênçãos sobre a Igreja e o único que pode satisfazer as suas reais
necessidades. Ao violarmos estes princípios, desviando a nossa atenção e
confiança dAquele que é o supremo Pastor da Igreja, Jesus Cristo, para aqueles
que lhe servem, frustramos as nossas próprias ansiedades.
Que Deus
nos ajude a manter o nosso foco e dependência nEle, o rei Jesus, hoje e sempre.
Com amor.
Com amor.
Ericson Martins
Facebook: www.facebook.com/ericsonmartins
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