“O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28:13).
Desde cedo aprendemos a defender a nossa reputação a qualquer custo. Quando erramos, é quase instintivo justificar o erro, culpar as circunstâncias ou apontar falhas nos outros. Por medo da culpa e por causa do orgulho, acabamos produzindo uma espiritualidade superficial, na qual o pecado é tratado como deslize e não como ofensa contra Deus.
O livro de Provérbios mostra que a sabedoria prática nasce do temor do Senhor (Pv 1:7). Nesse contexto, o verso 13 do capítulo 28 apresenta dois caminhos, o da negação e o da confissão. O primeiro leva à estagnação espiritual, porque quem encobre o pecado vive preso a uma aparência de justiça. O segundo conduz à restauração, pois o arrependimento é o receptivo da misericórdia de Deus. O verbo hebraico “deixar” comunica abandono real, ruptura com o pecado, não mera admissão verbal, lembrando que a confissão genuína não busca aliviar a consciência, mas a reconciliação com Deus.
Na prática, isso exige coragem para assumir a própria culpa, pedir perdão e mudar de rota. Portanto, o cristão maduro não foge da verdade, porque sabe que esconder o pecado é se tornar escravo dele. E somente por meio de Cristo é possível prosperar, sendo verdadeiramente liberto das angústias e das reputações artificiais que o pecado tenta sustentar.
Rev. Ericson Martins
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