A Bíblia fala sobre limites na instrução pública na igreja, mas não ensina que mulheres não possam ensinar em qualquer contexto. O que existe é uma ordem específica para o culto congregacional. A passagem mais clara é 1Timóteo 2:12:
“E não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade de homem, esteja, porém, em silêncio”
Paulo trata da ordem da igreja reunida, não de classificação etária alternativa, infantis ou jovens ou adultos, de gêneros masculino ou feminino. Ele não disse que mulheres não podem ensinar de modo absoluto, mas que não devem exercer ensino autoritativo e governante sobre a igreja, função atribuída aos presbíteros, conforme a qualificação apresentada em 1Timóteo 3:1-7. Entre esses presbíteros, alguns se dedicam com especial dedicação ao ensino da Palavra, como Paulo registra em 1Timóteo 5:17.
Em 1Coríntios 14:33-35, Paulo regula o culto usando o mesmo princípio de ordem e submissão. O contexto não despreza a participação ativa das mulheres na vida da igreja, apenas estabelece limites funcionais, incluindo a restrição ao exercício final de autoridade pela instrução pública.
O próprio contexto bíblico confirma isso. Encontramos mulheres ensinando, direta ou indiretamente. Priscila, destacada ao lado de Áquila, instruiu Apolo no caminho de Deus em Atos 18:26. Apolo era um pregador preparado, descrito como “homem eloquente e poderoso nas Escrituras” em Atos 18:24, mas aprendeu com humildade aquilo que ainda não compreendia, inclusive por meio de Priscila.
Paulo também orientou as mulheres idosas a ensinarem as jovens recém-casadas em Tito 2:3-4, o que mostra que o ensino feminino não se limita a crianças.
Olhando atentamente para o contexto das Escrituras, vemos ainda mulheres exercendo ensino público em situações específicas, como Miriã em Êxodo 15:20-21, Hulda em 2Reis 22:14-20, as filhas de Filipe em Atos 21:9 e Débora, profetisa e juíza, em Juízes 4:4-5. Débora não é um modelo normativo para o governo da igreja no Novo Testamento, mas evidencia que Deus usa mulheres para orientar adultos em determinados momentos da história. Isso é semelhante ao que ocorre com tantas missionárias e evangelistas que servem onde homens crentes não assumem o trabalho, bem como mulheres fiéis que conduzem devocionais em diversas ocasiões, aulas na EBD, estudos em pequenos grupos, reflexões bíblicas em redes sociais e palestras em congressos.
Paulo limitou o ensino com autoridade pastoral na igreja reunida aos presbíteros, especialmente aos docentes. Isso não significa que mulheres não possam ensinar em geral ou que devem se limitar apenas às crianças. O foco da instrução bíblica é a ordem e o governo autoritativo da igreja, entregues a homens crentes, biblicamente qualificados e eleitos, e não a capacidade ou dignidade das mulheres.
Na Igreja opiniões pessoais não devem ser recebidas e tratadas como guias normativas, somente as Escrituras pelas Escrituras.
Rev. Ericson Martins
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