Os avanços da tecnologia quântica, do ciborguismo, da inteligência artificial, da realidade virtual e da exploração espacial já moldam, de forma concreta, a maneira como as pessoas pensam, vivem e interagem. Embora tragam benefícios, essas inovações também provocam mudanças profundas na empatia entre relações pessoais, afetando nossa percepção de Deus, de nós mesmos e do mundo.
Lembro-me de quando a TV em casa era de tubo e preto e branco. É inevitável perceber o quanto as mudanças ao longo dos anos surpreendem e, ao mesmo tempo, assustam, pelas consequências ocultas por trás das facilidades e da falsa ideia de que o ser humano não depende de Deus, mas da sua própria inteligência e das conquistas que ela proporciona.
Refletir sobre como tudo isso tem afetado a espiritualidade cristã é algo que muitos evitam, por receio ou pela conveniente omissão. O problema não está no uso da tecnologia, mas em sua elevação a um lugar de confiança e sentido. O homem, imerso em inovações tecnológicas e no excesso de entretenimento, tende a se esquecer de Deus, negligenciando a sua devoção.
Precisamos entender que o Evangelho jamais será superado por inovações. O sacrifício de Cristo continua sendo o único caminho, a verdade e a vida (Jo 14:6), mesmo diante de realidades paralelas ou inteligências que simulam emoções, decisões e tarefas do cotidiano. A espiritualidade cristã precisa se manter firmada na rocha, e não em artificialidades temporais.
Por isso, é urgente preservamos a intimidade com Deus, valorizarmos a comunhão com a igreja, a leitura devocional e diária da Palavra, a oração sincera e o exercício da fé.
Como os filhos de Issacar, devemos compreender os desafios contemporâneos para sabermos o que fazer para termos uma vida mais alinhada com os propósitos redentivos e santificadores de Deus (1Cr 12:32). A tecnologia, por mais avançada e útil que seja, não supre a necessidade de consolo do Espírito e da direção das Escrituras.
E, mesmo em um mundo cada vez mais digital, o Reino de Deus continua sendo real e inabalável (Hb 12:28). Portanto, o futuro que importa não é o que a tecnologia promete, mas o que Deus já revelou, por meio de seu Filho.
“Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça” (2Pe 3:13).
Rev. Ericson Martins
0 comentários: