A Páscoa foi um marco tão notável na história do povo de Deus que se tornou a primeira (Lv 23:5) e a mais relevante festa na cultura judaica antiga, sempre relembrando (Êx 12:14) o dia que o Senhor livrou a descendência de Israel da última e mais terrível praga no Egito: a morte dos primogênitos, mas, também, como naquele dia, o Senhor libertou o povo da escravidão e o guiou até a terra que havia prometido.
De acordo com a instrução Divina, os hebreus deveriam fazer um ritual, relacionado com a sua libertação e com a memória dela, mas também, com o significado da salvação eterna, através de Jesus Cristo, o qual viria, no tempo determinado, para ser sacrificado no lugar de pecadores que se arrependem.
Um cordeiro, sem defeito, deveria ser imolado no décimo dia (Êx 12:3), pois Jesus, o Primogênito e inocente, seria penalizado com morte (Rm 8:29; 1 Co 5:7; Cl 1:18), como os primogênitos no Egito, na décima praga (Êx 12:12 e 29-36). E isso deveria ser feito por cada família, porque a Páscoa deveria ser celebrada na unidade familiar (Êx 12:3-4, 21, 24-27), como os que confiam na morte de Cristo, devem, agora, participar dos benefícios dela, na Ceia, com unidade de fé e adoração (Êx 12:26-27).
Este cordeiro deveria ser sacrificado no crepúsculo da tarde (Êx 12:6), pois Jesus seria sacrificado, como pagamento do pecado (Jo 1:29; Rm 5:6; 1 Co 15:3), durante as trevas que cobriram a Terra, das 12h às 15h (Lc 23:44). O sangue deste cordeiro deveria ser usado para manchar a verga e ambas as colunas da porta (Êx 12:7) e, aqueles que confiaram (fé), atenderam e foram salvos. Notemos que o sangue na verga e nas colunas (sentidos vertical e horizontal), aponta para o madeiro, no qual Jesus derramou Seu sangue, satisfazendo a justiça de Deus para a redenção dos que creem (Rm 3:24-25, 5:9).
O cordeiro deveria ser assado no fogo (Êx 12:8-9), pois Jesus passaria pelo fogo do julgamento de Deus (Sl 22:1; Mt 27:46), para santificação do Seu povo (Hb 12:29). Juntamente com pães sem fermento e ervas amargas, deveria servir de alimento para cada família e nada deixado para o dia seguinte; se sobrasse, deveria ser queimado (Êx 12:10-11), pois na morte de Jesus, todos seriam plenamente supridos e nada relacionado a ela poderia ser dispensado. Eles deveriam comer a carne à pressa, preparados para viagem (Êx 12:12), assim como os que creem devem estar preparados, se alimentando da verdade salvadora e prontamente percorrendo a jornada da vida cristã, até o fim.
Na última noite com Seus discípulos, celebrando a Páscoa, Jesus tomou um pão e, abençoando-o, partiu e deu a eles, dizendo: “isto é o meu corpo”. Do mesmo modo, tomou um cálice e disse: “bebei dele todos, porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados” (Mt 26:26-28). A partir dali a Páscoa ganhou um significado ainda mais profundo e claro na história.
Na providência de Deus, o sacrifício de Jesus ocorreu no dia da Páscoa, quando havia judeus oriundos de todas as partes na cidade de Jerusalém, bem como um número incomum de gentios, por causa desta e outras importantes festas judaicas (At 2:5-11). E, na crucificação, o governador ordenou que fixassem na cruz uma inscrição (Jo 19:19-20) em Hebraico (a língua dos judeus), Latim (a língua oficial do Império Romano) e Grego (a língua universal), afirmando: JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS, para que todo o mundo conhecesse a verdade sobre Ele, no dia da Páscoa.
A Páscoa, portanto, para os cristãos, é sempre celebrada na Ceia e anuncia a morte do Cordeiro de Deus, mas também o Seu glorioso retorno (1 Co 11:23-26), quando será revelado como o REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES (Ap 19:16).
Que Deus abençoe a sua vida e a sua família!
Pr. Ericson Martins
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