Os apóstolos de Cristo lançaram o fundamento doutrinário sobre o qual a Igreja cristã foi edificada e continua sendo sustentada. Não há dúvidas de que sua saúde espiritual depende da Palavra de Deus, pois é por meio dela que a verdadeira fé é gerada nos corações, e os crentes são orientados em tudo o que dirige, envolve e desafia suas vidas.
A Palavra é, portanto, a única fonte de vitalidade da Igreja. Quando subestimada, negligenciada ou desprezada, todos sofrem as consequências das corrupções doutrinárias, litúrgicas e morais, comprometendo não apenas a comunhão, mas também a missão da Igreja.
Diante desses riscos, aqueles que se dedicam ao ensino bíblico carregam grande responsabilidade, pois falam em nome de Deus e, por isso, estarão sujeitos a juízo mais severo (Tg 3.1).
Todo pregador deveria ser tomado de temor sempre que se coloca diante da Igreja para pregar a Palavra de Deus. Afinal, pode tanto conduzi-la no caminho que deve seguir, quanto desviá-la dele, levando-a a crer em falsos preceitos doutrinários e em promessas que Deus jamais fez.
Para evitar esse risco, o melhor uso do tempo destinado ao ensino é dedicado à oração e ao exaustivo estudo da Palavra, antes que se fale publicamente em nome dela. O estudo sério da teologia bíblica, da hermenêutica reformada e da pregação expositiva constitui, nesse sentido, um meio inegociável para aqueles que reconhecem sua própria limitação e preferem restringir-se a anunciar apenas o que está claramente revelado nas Escrituras.
Além disso, regras fundamentais, como a análise dos múltiplos contextos de uma passagem e a análise da organização do discurso, aproximam o intérprete da provável intenção do autor humano e, sobretudo, da intenção divina no processo da inspiração.
De modo geral, quem se dedica a essas práticas consegue desenvolver uma mensagem que seja, ao mesmo tempo, historicamente fundamentada, teologicamente consistente e culturalmente relevante, facilitando a comunicação da verdade bíblica de maneira clara, fiel e transformadora.
Assim, dão testemunho de que as Escrituras são inspiradas pelo Espírito Santo, sempre fiéis, suficientes e a palavra final sobre toda matéria de fé e conduta.
Rev. Ericson Martins
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