Pastor presbiteriano com Fernando Haddad


Sobre a presença de pastor presbiteriano em reunião com o presidenciável Fernando Haddad, oferecendo apoio à sua campanha política, nessa última quarta-feira (17/10), em São Paulo, considere o seguinte:

1. No Brasil existem diversas Denominações protestantes com o nome “Presbiteriana”. Entre elas existem diferenças doutrinárias, constitucionais e éticas, portanto, não generalize;

2. Todo brasileiro tem o direito de votar em quem sua consciência permitir e de apoiar quem quer que seja, bem como ter sua liberdade para escolher respeitada. Pastores como cidadãos devem exercer esse direito, mas não significa que estão representando suas Denominações ou a consciência dos membros dela. Na Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), por exemplo, o único que se pronuncia oficialmente por ela é o presidente do Supremo Concílio e, na ausência ou impedimento deste, o vice-presidente. A IPB não apóia oficialmente nenhum candidato na política e os pastores não podem usar os púlpitos das igrejas locais para promover qualquer nome;

3. O voto é um direito civil, sua escolha é pessoal e resultado de foro íntimo. O pastor presbiteriano citado nas reportagens estava ali representando suas próprias convicções, tentando despertar o interesse de outros eleitores que o admiram, de modo algum esteve representando ou convencendo todas as Denominações Presbiterianas que existem no Brasil a repercutirem seus interesses políticos pessoais;

4. A fé cristã é uma convicção fundamentada na Verdade e na verdade, racional e interessada no bem social. Mas não está ancorada por ideologias político-partidárias, pelo contrário, contempla a vida para além desta vida terrena deteriorada pelo pecado e em cuja condição não pode haver esperança (1 Co 15:19);

5. Penso que não necessitamos de polarizações ou hostilidades por causa de temas políticos, mas de real compromisso com a Palavra de Deus no debate com a nossa consciência, a fim de tomarmos a decisão sobre em quem votar, sempre tratando com serenidade os que já decidiram diferente, apoiando candidatos que jamais gostaríamos que presidisse o Poder Executivo do país.

Que Deus abençoe a nossa nação!

Ericson Martins

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