Este texto descreve o encontro entre Jesus e um intérprete da Lei. Depois de declarar que a salvação foi ocultada aos sábios, mas revelada aos "pequeninos" (Lc. 10:21), um intérprete da Lei, conhecido por sua sabedoria, inquieto, tentou "testar" (v.25) a Jesus e acabou sendo testado por si mesmo.
Perguntando a Jesus sobre como poderia herdar a vida eterna (v.25), ele mesmo respondeu que teria de amar a Deus totalmente e ao próximo como a si mesmo (v.27). Depois fez outra pergunta: "Quem é o meu próximo?" (v.29). A resposta foi dada, novamente, por ele mesmo (v.37). O desfecho deste encontro se deu quando Jesus contou uma história sobre um certo homem que na viagem foi assaltado e, ferido foi exposto à beira do caminho. Alguns religiosos passaram por ali, mas o ignoraram, ao contrário do samaritano que se COMPADECEU dele (v.33). Então Jesus perguntou: "Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores?" (v.36).
Note que Jesus mudou o foco: a atitude dos personagens em relação ao homem deposto e ferido, e não ao que carecia de socorro. A palavra-chave foi: "MISERICÓRDIA" (v.37).
O problema do intérprete da Lei é semelhante ao de muitos de nós. Somos, por natureza egoístas, usamos de misericórdia desde que não sejamos afetados em nosso conforto, não tivermos de doar o que tanto apegamos, não sermos prejudicados em nossa rotina, não sermos humilhados para perdoar alguém ou dívida, ou quando, de algum modo, não perdemos a oportunidade de receber algo em troca. Por este motivo, acabamos vivendo uma religião contemplativa, baseada apenas em exercício intelectual, discussões sobre a "Lei", comparações na igreja, etc., enquanto milhares de pessoas se encontram ao nosso alcance clamando pela Verdade que os liberta integralmente.
A misericórdia é uma atitude prática de doação de si mesmo, nos conecta à necessidade essencial de quem está ao nosso alcance, nos convence que o outro é nossa missão e não nós mesmos, nos faz pensar e agir, e este testemunho testifica quem já tem a vida eterna, pois é fruto da redenção em Jesus (Lc. 10:17-21).
Quem é o próximo? A resposta é óbvia quando de fato amamos a Deus.
Com meu carinho de sempre,
Ericson Martins
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