Em defesa da política!


“Os teus príncipes são rebeldes e companheiros de ladrões; cada um deles ama o suborno e corre atrás de recompensas. Não defendem o direito do órfão, e não chega perante eles a causa das viúvas” (Isaías 1:23)

Em meio a diversas ideologias político-partidárias e atuais polarizações eufóricas, cada um, possuindo a sua própria convicção, resiste refletir criticamente, dizendo: “política não se discute.” Apesar da política significar o uso do poder em defesa de interesses coletivos, esta resistência é justificada, em grande medida, pelo medo ou decepção de experiências passadas. Por isto, muitos associam a política a homens enganadores, a prática da improbidade administrativa, ao peculato, ao tráfico de influência a favor da impunidade, etc.., como motivo para se isentar de discussões sobre o momento que passa o Brasil e para não votar.

Enquanto a política indica proteger direitos humanos e atender interesses e necessidades da sociedade, é inegável que alguns agentes públicos, de fato, usam suas posições de poder para obter vantagens pessoais inescrupulosamente.

A política é séria, necessária e prevê uma administração justa a favor do bem comum e, considerando a responsabilidade que ela exige, os cristãos não devem se omitir, mas se interessar pelas informações, ser biblicamente criterioso e votar naqueles que possuem as melhores qualidades para os cargos que pleiteiam.

Isaías foi um profeta pré-exílio de Judá. Esse período foi marcado por transgressões tão graves que culminaram no exílio babilônico do povo, como punição de Deus. Nesse contexto, os governantes foram responsabilizados, pois quando deveriam conduzir o povo com justiça, se tornaram corruptos e assassinos (Is 1:21). Quando deveriam ser nobres entre o povo, se tornaram em escórias dele (Is 1:22). Foram guiados pela altivez das suas ganâncias e violaram direitos fundamentais (Is 1:23). Por estas e outras razões Deus prometeu se vingar de governantes corruptos (1:24), retribuindo na medida que merecem, inclusive o povo que se uniu a eles (Is 1:28), enquanto a sua misericórdia assistirá os arrependidos (Is 1:27).

Nesse texto de Isaías percebemos a exigência da boa política: qualidades morais e administrativas compatíveis com os cargos de poder, por parte de quem sabe que deverá prestar contas diante de Deus. A boa política defende o direito dos vulneráveis e atende a causa dos desfavorecidos, pois aprecia a justiça! A política em si é saudável e deve sim ser debatida democraticamente, em busca de soluções cada vez mais eficazes a favor dos mais pobres, da responsabilidade financeira, segurança pública, educação, incluindo da moral e cívica, etc..

Como cristãos, precisamos nos preocupar com a política e com aqueles que pretendem ocupar funções de autoridade, pois todos nós somos cidadãos e podemos ser favorecidos ou penalizados pela má gestão de homens impiedosos e enganadores. E a iniciativa que todos devem ter é fazendo orações, para que Deus nos dê gestores públicos tementes, comprometidos com a justiça (Is 1:26 cf. 1 Tm 2:2).

Também, participando responsavelmente do processo eleitoral, sabendo que os eleitos e revestidos de autoridade, deverão ser honrados com submissão (Mt 22:15-22; Rm 13:1-7). Por isto, não podemos nos omitir neste momento, mas participarmos ativamente. Manifestações públicas são um importante instrumento de uma sociedade, para protestar contra as injustiças e corrupções, contudo, mais determinante ato de transformação é a pesquisa dos candidatos, a comprovação de suas competências, moral e administrativas, e o voto consciente.

Rev. Ericson Martins


3 comentários:

  1. Parabéns Reverendo pelo oportuno e excelente texto. Posso compartilhar no boletim da igreja?

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  2. Deus abençoe

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  3. Texto excelente meu pastor.

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