Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus

 


Como foi para o profeta Isaías (Is 6:2-3), no cenário glorioso revelado ao apóstolo João somos levados a contemplar a realidade da adoração eterna diante do trono em Apocalipse 4:8. Os seres viventes proclamam, sem cessar, a santidade absoluta de Deus. A visão não apenas descreve criaturas celestiais em adoração, mas abre nossos olhos para o centro de toda a criação: a dignidade excelsa daquele que está assentado no único trono real.

O Livro de Apocalipse nos mostra que a santidade de Deus não é apenas uma virtude entre outras, mas a essência que permeia tudo o que ele é e faz. A palavra grega hagios significa separado, distinto, único. Ele está acima de tudo o que foi criado, é o Todo-poderoso, não está sujeito às limitações do tempo e é imutável, cuja existência é absolutamente distinta de tudo. Por isso, a proclamação incessante de que ele é santo significa que a adoração no céu, em virtude de sua santidade, é inesgotável.

Essa cena nos confronta com a realidade de que toda a criação está rendida diante de sua glória. Não há espaço para vanglória humana, pois a dignidade está somente nele. Aqueles que já estão na presença do Senhor não cessam de declarar o que ele é, e nós, mesmo ainda caminhando pela fé, somos chamados a unir nossas vozes a esse louvor eterno, rendendo todos os dons, vocações e realizações pessoais à glória dele.

A contemplação da santidade de Deus afeta o modo como nos vemos e deve transformar o nosso viver, como aconteceu com o profeta Isaías que, diante da mesma revelação, reconheceu sua própria impureza (Is 6:5). Quando entendemos quem Deus é, compreendemos melhor quem somos e o quanto necessitamos de sua graça.

Assim, nossa vida deve refletir a reverência que o céu já expressa continuamente. Não há nada mais importante e prazeroso do que dar glória, honra e ação de graças àquele que se encontra sentado no trono, ao que vive pelos séculos dos séculos. Todos os nossos bens, carreira profissional e outras ambições terrenas perdem seu completo sentido ao contemplarmos a santidade de Deus, unindo nossas vozes ao coro celestial que não se cansa de dizer: “Santo, santo, santo é o Senhor Deus, o Todo-poderoso, aquele que era, que é e que há de vir”.

Adorar a Deus em sua santidade é reconhecê-lo como digno de todo louvor, em cada experiência da vida, seja boa ou ruim. Nossa maior alegria é nos prostrarmos diante de sua glória, que nunca se esgota.

Rev. Ericson Martins

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