“Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram” - Hebreus 13:7
Nesta passagem o autor de Hebreus deu pelo menos dois conselhos aos verdadeiros seguidores de Jesus Cristo.
Ele introduz a necessidade de se lembrarem dos guias. Notemos que a ênfase foi dada à “pessoa” (guias), distinguindo-a por sua função (pregaram a palavra de Deus). A palavra “guia” neste texto é a tradução da palavra grega hegeomai, que simplesmente significa “aquele que vai à frente” (Strong’s Greek), se referindo aos que ensinaram a Palavra de Deus ao povo. Não é possível afirmar sobre quais guias ele se referiu, se aos patriarcas, antigos profetas ou apóstolos, mas sim, que foram pregadores fiéis, cujo estilo de vida foi reconhecidamente digno.
Por causa do nobre serviço que esses “guias” desempenharam, os membros da Igreja deveriam:
1. Imitar a fé que tiveram.
A palavra “fé” nesta passagem se refere não somente à “confiança” em Cristo que tiveram, mas sua perseverança nela. O autor recomenda que nos assemelhemos aos fiéis pregadores da Palavra, imitando sua fé e seguindo firmes contra as ciladas e perseguições que a desafiam constantemente, nos esforçando para crescer com seus ensinamentos e testemunhos piedosos, apesar de serem falíveis e tão vulneráveis aos pecados quanto qualquer um.
2. Considerar atentamente o fim da sua vida.
Essa atenção dos verdadeiros crentes deveria considerar o fim das suas vidas. Me lembro, neste momento, de uma definição antiga ouvida quando mais novo na fé, sobre “tradicionalismo e tradição” na Igreja. Aprendi que a “tradição é a fé viva dos que já morreram enquanto o tradicionalismo é a fé morta dos que estão vivos”. Os guias mencionados em Hebreus 13:7 estavam mortos, contudo, suas vidas legaram uma fé viva para Deus, acompanhada por obras que a testificaram, mesmo diante da morte! Não titubearam frente às pressões, chantagens ou prejuízos humanos por causa da certeza da fé que possuíram e anunciaram. O “fim” ou resultado do modo de vida deles deveria ser considerado “atentamente.” Já tive amigos, líderes na Igreja, que professavam a fé em Cristo e hoje escarnecem dela, ou simplesmente vivem como se nunca houvessem ouvido sobre ela, sem temor e afastados da comunhão cristã. Que grande tragédia, que grande tristeza! Olhando para eles só conseguimos absolver desinteresse pelo Evangelho e por seu fiel testemunho público, desânimo nas boas obras, dentre outros fracassos espirituais. Entretanto, observando o bom exemplo de homens consagrados a Deus e verdadeiramente comprometidos com a sã doutrina, tanto dos que já foram quanto dos que entre nós labutam, mesmo quando divergem sobre questões secundárias à salvação, resulta numa vida abençoada e frutífera para Deus. Esses “guias” jamais deveriam ser esquecidos, mas carregados em nossas memórias e palavras com sincero cuidado, profundo respeito e submissão voluntária, como já foi dito, por causa da Palavra de Deus.
Tanto o pastor “velho” quanto o jovem que diante dele demonstra maior persuasão bíblica, jamais deveriam ser difamados, desrespeitados ou tratados acintosamente, por causa da Palavra de Deus que os chamou à Cristo e que agora testemunham, tendo suas vidas consagradas para o bem da Igreja.
Sem zelo pelo os que ensinam, apesar de não conseguirem unanimidade dos que os ouvem, a unidade não se sustenta e os prejuízos passam a ser revelados em todos, conforme lemos em Hebreus 13:17:
“Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros”
Que Deus abençoe, assim, todos os membros da Igreja Presbiteriana do Brasil!
Ericson Martins
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