“Se me pedirdes alguma
coisa em meu nome, eu o farei”, João 14:14
O texto de
João 14:14, fornece uma abrangente e enfática promessa, àqueles que orarem em
nome de Jesus, de que os pedidos apresentados serão atendidos. Textos como este,
sem uma atenção mais profunda, pode provocar uma conduta equivocada da oração e
gerar confusão. Por isso, analisaremos esse texto aqui.
Certamente
Jesus não se referiu a alguma fórmula que, pretensiosamente, pudesse dar
credibilidade às nossas orações diante de Deus. Não é biblicamente convincente
aceitarmos que toda oração será ouvida e atendida pelo simples fato de
mencionarmos no final: “em nome de Jesus”. Quais são, portanto, as implicações
de se usar o nome de Jesus em nossas orações?
1. Orar em nome de Jesus é mais do que uma
declaração, é uma submissão sincera para aceitarmos a vontade de Deus sobre a
nossa. Tal disposição é fruto do novo nascimento (Jo 3:5, 17:20-23; Cl 1:27).
Estarmos em Cristo e ele em nós, é uma experiência que nos torna mais aptos para discernirmos
e buscarmos a sua vontade e menos aptos para buscarmos a nossa, pela oração. Essa
compreensão nos previne de orações injustas e nos induz a um nível de oração mais
profunda. Foi isso que Jesus ensinou em Mateus 6:10.
2. Orar em nome de Jesus é invocar os
benefícios da justiça de Deus, os quais, exclusivamente, honram o seu nome.
Diversas passagens bíblicas sustentam a confiança de que todos os favores
divinos são fornecidos para o testemunho da sua honra e poder (Ez 20:9), antes
de qualquer satisfação das necessidades humanas. Esta compreensão está presente
no Antigo (Sl 25:11, 33:3 e 79:9) e no Novo Testamento (Jo 14:13; Rm 1:4-5; 2
Ts 1:11-12). Deus não negocia ou renuncia a exclusiva glória do seu nome (Is
42:8) para atender qualquer que seja o nosso pedido.
3. Orar em nome de Jesus é confiar no
caráter de Deus. O texto de João 14:14 parece dar-nos uma liberdade
ilimitada para pedir o que quisermos. Contudo, mesmo usando o nome de Jesus em
nossas orações experimentamos frequentes frustrações por não termos as
respostas que tanto esperamos delas. Com a mesma frequência sofremos aquela
discreta perplexidade que rompe em nossos corações a dúvida: será que Deus realmente
está nos ouvindo? É imediatamente necessário sabermos que qualquer resposta às
nossas orações depende do caráter de Deus, e não das nossas emergências
cotidianas. Deus jamais poderá negar a sua santidade e justiça para atender um
pedido contrário à sua natureza. Sendo assim, nenhuma promessa bíblica, nenhuma
liberdade cristã e nenhum pedinte está isento dessa condição, porque a resposta
de Deus sempre redunda na glória de Deus (Jo 15:7-8). A debilidade dessa
verdade em nossas orações cega o entendimento daquilo que realmente
necessitamos quando pedimos.
4. Orar em nome de Jesus é reconhecer a sua
função mediadora diante de Deus. Tal oração solicita o cumprimento dos
eternos propósitos de Deus, bem como toda sorte de bênção espiritual que Jesus
conquistou ao assumir toda a nossa culpa pelo pecado na cruz, tornando-nos
herdeiros da salvação (Ef 1:3-14). Portanto, a oração deve ser a expressão da
nossa comunhão com Jesus. Somente essa intimidade pode enfraquecer as nossas
petições egoístas (Tg 4:3) e dar-nos a sabedoria para pedir corretamente, segundo
o Espírito que vive em nós (Rm 8:26-27), uma vez que o favor divino só é
oferecido pela credibilidade de Jesus, nunca pelo nosso merecimento (Ez 20:44).
Ao orarmos,
oremos em nome de Jesus, cientes das verdades que acompanham esse conselho da
Palavra de Deus.
Com amor,
Ericson Martins
contato@brmail.info
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