Texto: Apocalipse 3:14-22
A
muito a Igreja ocidental tem refletido e debatido sobre o tema do crescimento de
igrejas. Movimentos e organizações se levantaram nas últimas décadas com a
súplica pragmática de boas intenções, enquanto intelectuais dedicaram-se a
literatura e palestras em Conferências que ainda influenciam o pensamento quanto
a este tema; contudo, dúvidas e inseguranças ante as pressões de um mundo em
transformação acelerada, continuam cedendo à prática eclesiástica motivações e
expectativas invertidas do ponto de vista da doutrina bíblica.
Pretendo
neste breve texto, induzir nossa atenção para uma adversária que não pode ser
vencida com estratégicas ministeriais, métodos, premissas culturais e
antropológicas ou reformas físicas de templos. Tal adversária é rigorosa e
persistente e não se encontra fora, mas dentro da Igreja, fazendo-a perder forças
para crescer: a indiferença (antônimo de zelo).
O
Senhor declarou à igreja de Laodicéia: “Conheço
as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!
Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da
minha boca” (Ap. 3:15-16). A igreja de Laodicéia era uma igreja ativa em belíssimas
obras externas, entretanto, opostas a sua realidade interna! Melhor se fora uma
igreja de extrema frieza ou de extremo fervor missionário, mas era indiferente,
nominal. Era possível identificá-la como povo de Deus e ao mesmo tempo desprezar
o Deus que cultuava. Suas características (v.17) mais fortes, portanto, eram de
orgulho e autossuficiência (“Estou rico e
abastado e não preciso de cousa alguma”) e ignorância (“nem sabes que és infeliz”).
A
indiferença é algo que ninguém pode suportar. Tudo o que buscamos nos
relacionamentos é sermos amados e aceitos, do contrário sofremos angústias ou
inquietações sem fim. Neste sentido, Deus intenta restaurar Sua Igreja,
curando-a da indiferença para que seu crescimento seja antes, de relacionamento
mais profundo com Ele (v.18). Os conselhos de Deus são: (a) busquem Sua justiça,
a qual produz glórias somente a Ele (“ouro
refinado pelo fogo”, Is. 55:1 e 1 Pd. 1:7); (b) tornem esta justiça uma responsabilidade
diária, uma legítima vida cristã testemunhada pelos “de fora” com o devido
respeito (“vestiduras brancas para
vestires”). Estes conselhos resumem-se em adotar medidas que vêm dEle pois, sem tais conselhos, nada poderá cobrir a
vergonha de uma igreja “rica e abastada” apenas na sua aparência externa, inutilmente
transformada em sua vergonhosa realidade: falta de alegria no serviço e miséria
espiritual (v.17).
Igrejas
saudáveis desejam crescimento numérico, oram por este motivo e se comprometem
em dar testemunho àqueles que ainda encontram-se afastados da comunhão com
Cristo. Mas toda esta experiência começa na vida individual de cada crente,
indistintamente da função e cargo que ocupam, enfrentando a indiferença quanto
ao orgulho e autossuficiência, e a ignorância por não perceber sua própria
dependência de Deus para todas as aspirações. Rejeitemos, portanto (“Sê, pois zeloso e arrepende-te”), toda indiferença
espiritual, toda indiferença dos nossos dons, toda indiferença do pecado com
arrependimento diário (v.19) e busquemos individualmente maior compromisso com
Cristo, Sua Palavra e Seus conselhos! E que nossas forças sejam renovadas para servi-Lo,
aquecidos por Sua presença em nosso meio (v.20).
Com carinho,
Ericson
Martins
contato@brmail.info
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