Tratando a ansiedade com orações


Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.  Filipenses 4:6-7

Em determinada ocasião, na Igreja em Filipos, Evódia e Síntique (auxiliares de Paulo, Clemente e outros no trabalho missionário, v. 3) estavam enfrentando um claro conflito pessoal, colocando em risco a unidade da Igreja; possivelmente a causa era uma discórdia doutrinária, pois a exortação foi para reconciliarem seus pensamentos (v. 1). 

Em razão das tensões que envolveram estas conhecidas e respeitadas mulheres, Paulo apelou ao seu “companheiro de jugo” (v. 3) que as auxiliasse nesta reconciliação, a fim de pacificar o clima de ansiedade que aumentava na Igreja. Depois de destacar a importância da alegria (v. 4) e da moderação diante dos homens (v. 5), a todos foi recomendado que não andassem ansiosos, mas apresentassem a Deus os seus pedidos, pela oração e pelas súplicas, com ações de graças (v. 6). Ele sabia que, fazendo assim, Deus restabeleceria a paz e a harmonia que se deterioravam pela ansiedade. 

Conflitos quase sempre saem do nosso controle e nos expõem aos perigos do enfraquecimento espiritual. Podem ocorrer entre cônjuges e com os filhos, com irmãos na igreja, com interesses e finanças pessoais, com as tentações deste mundo... . Quando a relação com pessoas não vai bem, a relação com Deus sofre os seus efeitos (Mt 5:23-24; 1 Jo 4:20) e vice-versa (Fp 2:1-4). Tendo em vista que os conflitos podem furtar a prudência e o bom senso cristão na busca de soluções, levando-nos a uma vida imersa na ansiedade, Paulo recomendou: 

(1) Em tudo, porém sejam conhecidas diante de Deus, as vossas petições. Este texto nos ensina como viver uma vida de paz. É através da relação de confiança em Deus, estabelecida pela oração. O verso anterior diz: “Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor” (Fp 4:5 cf. Mt 6:31-33). Deus é presente em todas as situações da nossa vida. Sofremos, muitas vezes, por não confiarmos n'Ele e a Ele as nossas necessidades. Também, por não priorizarmos esta busca. Podemos até solucionar alguns conflitos externos, mas somente Deus pode dar a paz que necessitamos no coração e mente em situações de grandes ansiedades (Fp 4.7). Quando Paulo diz em tudo, significa que todas as nossas necessidades devem ser apresentadas a Deus. Das pequenas ou insignificantes às mais urgentes e importantes, pois tudo recebe o amoroso cuidado e atenção do Senhor.

(2) Pela oração e pela súplica, com ações de graças. A “oração” é uma palavra que envolve diversos princípios na Bíblia. Ela possui um conceito geral, mas o significado simples é “dirigir-se para falar”. Em Mt 6:9-13, Jesus ensinou que antes de dirigir-nos ao Pai para apresentar necessidades (v. 11-13), devemos adorá-Lo por quem Ele é (v. 9-10). Este princípio revela-nos que devemos contemplar a Deus primeiro, antes de contemplarmos a nós mesmos, pois Ele é o foco central da nossa fé e não as diversas tensões que temos de lidar frequentemente. Reconheçamos, com humildade e submissão, pela oração e pela súplica, as virtudes do Seu caráter e governo. Esse é um dos princípios essenciais da oração, segundo o ensino de Jesus (Mt 6:6-8). Paulo submete a oração e súplica às ações de graças, que são a atitude sincera daqueles que verdadeiramente confiam em Deus e esperam, com gratidão, as respostas da Sua inefável bondade.

Com amor.

Ericson Martins

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