Entre o antes e o depois


[5] Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei. [6] Assim, afirmemos confiantemente: O Senhor é o meu auxílio, não temerei; que me poderá fazer o homem?” (Hb 13:5-6)

Todos os dias são novos dias porque, a cada dia, as pessoas têm experiências e se deparam com novas responsabilidades.

Enquanto o saudosismo e ressentimento prendem as pessoas passado, a ansiedade as prende no futuro. Ambos extremos negligenciam o presente que deve ser vivido tanto com maturidade pelas lições extraídas do passado, quanto com a esperança naquilo que fora prometido por Deus. Pensando nisto, quero destacar pelo menos dois ensinos da Palavra de Deus em Hebreus 13:5-6 que jamais mudarão:

Contentamento (v. 5). O contentamento é um importante ensino das Escrituras (1 Tm 6:6). No princípio o homem pecou por não se contentar com as virtudes recebidas. A repercussão deste pecado afetou de tal forma a humanidade que agora ela pratica a idolatria por não se contentar com o único Deus. O autor de Hebreus recomenda que a vida deve ser vivida sem avareza, a qual é um forte apego nas coisas materiais ao ponto de sentir-se seguro com elas e não por Deus. Como uma pequena moeda posta sobre os olhos impede-nos de ver o Sol, assim a avareza nos impede de progredir na vida cristã, tendo em vista aquilo que Deus já tem dado. O pensamento do autor é “se tivermos Deus, teremos tudo que precisamos”. Não quer dizer que devemos desistir de trabalhar, mas que possamos desistir de confiar nas coisas para confiarmos muito mais no Deus provedor. Por isto ele cita um texto do Pentateuco: “De maneira alguma, te deixarei, nunca jamais te abandonarei” (cf. Dt 31:6-8). Sofremos no presente por pensarmos que nossas necessidades mais significativas são materiais, enquanto nossa precisão mais profunda é de confiança em Deus acima de todas estas coisas. Quando aceitamos esta verdade descobrimos que contentamento não é almejar o que não temos, mas nos alegrar por aquilo que já temos. Isto produz gratidão, louvor e honra a Deus. Obter coisas materiais é uma legítima necessidade humana. A realização de anseios faz bem, contudo, confiar em Deus e descansar nos Seus cuidados e promessas é a verdadeira segurança do crente!

Firme testemunho de fé (v. 6). Não sabemos precisamente que experiências nos confrontarão no próximo ano, mas se há algo que precisamos afirmar confiantemente é: “Deus nunca nos abandonará. Ele não desistirá de nós!” Quando nos sentirmos sem forças, amedrontados diante de uma adversidade ou tentação, afirmemos confiantemente: “O Senhor é o meu auxílio, não temerei...” (Hb 13:6 cf. Js 1:5). Esta afirmação não pode ser fruto de técnicas da programação neolinguística da Psicologia, de energias do Espiritismo, do positivismo da Filosofia ou da confissão positiva da Teologia da Prosperidade... demasiadamente praticadas em festas de fim de ano por diversos segmentos da sociedade; deve ser fruto de uma firme confiança pessoal em Deus, por conhecê-Lo. Quando apreendemos esta verdade, não murmuramos por aquilo que deixamos de conquistar, nem tememos o que está por vir porque “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” (Sl 46:1). Deus é fiel e é Ele quem dá garantias (“ele tem dito”, v. 5), para confiarmos e vivermos contentes.

Entre o antes e o depois estamos no presente com as verdades bíblicas para observamos e guardarmos. Os anos mudam, mas a Palavra do Senhor permanece (Is 40:8; Mc 13:31). Portanto, o presente é o dia chamado “hoje”, tempo de sermos contentes e confiarmos no Senhor!

Com amor,

Ericson Martins

2 comentários:

  1. Excelente artigo! Fui abençoado por Deus através deste devocional. Que o Senhor Jesus sempre lhe abençõe no seu ministério.

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