Culto Familiar

“Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta” Mateus 5:23-24



Na sociedade contemporânea o culto doméstico tem sido muito mais negligenciado. A rotina de cada membro da família é complexa e desencontrada, ficam grande parte do dia distantes um do outro, quando todos se encontram, raramente usam tempo suficiente para diálogos profundos sobre as coisas da vida, especialmente refletir na Palavra de Deus. Assim, a família perde momentos preciosos de compartilhamento.

Antigamente, as refeições, no contexto familiar, não eram apenas para “encher a barriga”, mas para fortalecer a unidade. Sentava-se à mesa para cultivar o bom relacionamento, enquanto isto comiam. Hoje, as refeições estão associadas apenas com a necessidade de alimentação, muito pouco com compartilhamento, por isto, comer juntos já perdeu o sentido. Neste contexto, faz-se ainda mais necessário e urgente definir e respeitar um tempo para juntos adorar a Deus em família, também, promover o diálogo que enriquece o relacionamento mediante a exposição sincera do coração e aconselhamento mútuo.

A adoração não é apenas uma experiência de estar com Deus, mas também de estar uns com os outros em comunhão. Reunir para adorar é ótimo, melhor ainda quando viver é adorar, pois adorar não é um compromisso agendado apenas, mas tudo o que fazemos das nossas próprias vidas e que dá testemunho da obra de Deus em Cristo. Adoração é a sujeição das nossas vontades à vontade de Deus, é a coerência entre tudo o que somos, sabemos e fazemos em santidade, é alegria, é gratidão, é música que sai do coração sem que possamos impedi-la. Este sentimento de adoração deve ser a base da unidade familiar.

A perspectiva bíblica dá grande ênfase na formação e manutenção de relacionamentos saudáveis, com estreita relação sincera de adoração a Deus. Jesus ensinou (Mt. 5:23-24) que nenhum culto de adoração deve ser oferecido a menos que nossos relacionamentos quebrados, entre irmãos, sejam reconciliados. Só assim podemos fazer oferta de adoração a Deus. É uma questão de experiência familiar (“teu irmão”), seja consanguínea ou espiritual (eclesiástica). Relacionamentos quebrados anulam a unidade e impedem o compartilhamento.

A vida de adoração de uma família depende, fundamentalmente, da qualidade de seus relacionamentos interpessoais. Onde há hamonia, há disposição para o culto familiar, porque há sintonia de propósitos, disposição de aprender um com o outro, de celebrar a bênção da unidade em adoração a Deus. Isso porque a união como um princípio coerente de vida é a essência da adoração. Adoração envolve uma relação bifurcada: com Deus e uns com os outros. Esta é também a base, o padrão espiritual, de todos os nossos relacionamentos.



Ericson Martins

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